terça-feira, 12 de maio de 2009

"O bicho, meu Deus, era um homem"


Ok... Atrasos, banho, pensamentos soltos e passados... Enfim, minutos depois eu não consigo controlar os meus dedos. Claramente a saladinha e o suco de soja (prioridade ridícula para um ser ‘pensante’) fica para depois.
Deixando a culpa pelas inspirações ou plágios de lado eu não posso deixar de contar mais um momento decisivo e ridículo para a formação de um caráter nesse país maravilhoso.
Cena típica...
Começo de noite, terça-feira, despedida do namorado... Melações à parte (afinal nem eu me agüento de tanto dengo – conseqüência de uma paixão novinha em folha e confusa para não variar) uma cena barulhenta tira a minha atenção do meu mundinho irritantemente romântico. (Desculpa, mas eu tenho que fugir do meu lado ‘laranja lima’ e dar uma de ‘limãozinho’, senão provavelmente se vão horas e mais horas de romance insuportavelmente romântico – Prometo não falar mais!)
Corre-corre, seguranças e um tapa. Estalado e nas costas. Um menino, que pode ser chamado rapaz, é aquele que cai no chão enquanto dois seguranças nanicos, metidos a ‘dono do mundo’ resolvem começar o seu ritual banal de auto-afirmação e bater no (nem tão pobre) rapaz que roubou, nada mais ou nada menos que, biscoito.
Daí pra frente todo mundo imagina o que aconteceu. Carro parando, gente se chegando, revoltando, olhando. E claro, eu não me excluo dessa multidão tão superficial.
De repente até surge em defesa do (ainda não) acusado um homem trabalhador. “Ele não tem o direito de bater assim... Eu tenho um irmão preso... e blá blá blá”. Nossa! Só no Brasil mesmo para um trabalhador gritar com tanto orgulho a façanha do irmão delinqüente.
Cena de todos os dias. Que ao contrário da digna história contada em um blog, muito apreciado por mim, não merece ser contado de uma forma linda e poética. Isso tem que ser escrito no mesmo nível do acontecido e sem nenhuma coerência.
O final? Advinha só? Pizza! Ou melhor... Biscoito!
Porque o ‘homem trabalhador’ defendeu heroicamente o ‘menino carente’ que saiu caminhando e arrumando a camisa enquanto comia o biscoito que causou a agressão dos dois comediantes ou melhor ‘seguranças’ que seguiram na direção oposta. Sem polícia, sem dinheiro e sem biscoito.

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